Independente do motivo, a preservação da fertilidade feminina atualmente é feita através da técnica de vitrificação de óvulos maduros e as etapas são bastante semelhantes ao processo de Fertilização in vitro.
1º Fase – Estimulação ovariana: através do uso de medicações hormonais (protocolos individualizados) os ovários são estimulados a selecionar e crescer um maior número de óvulos, a fim de conseguirmos uma quantidade maior que apenas um óvulo por ciclo.
Nessa fase o uso das medicações indutoras da ovulação é diário e a realização de ultrassonografias é frequente. A duração média é de 12 a 15 dias e termina com o uso do HCG.
2º Fase – Coleta de óvulos: aproximadamente 1 dia e meio (34 a 36h) após a aplicação do HCG, realizamos a coleta dos óvulos através de aspiração dos folículos guiada por ultrassonografia.
É um procedimento relativamente rápido e que é realizado sob anestesia. Os óvulos coletados serão avaliados pelo embriologista no laboratório para verificação da maturidade (apenas óvulos maduros são congelados).
Os óvulos congelados são mantidos em nitrogênio líquido e podem ficar congelados por tempo indeterminado sem perder a sua qualidade. A taxa de sobrevivência destas células após o descongelamento é de 85-90%.
Não existe limite de idade para congelar óvulos, porém, como não há produção oocitária durante a vida da mulher, quanto antes o congelamento acontecer, maiores as chances de conseguirmos maior número de óvulos e óvulos maduros.
Assim como não existe idade ideal para realizar o congelamento, não há um número correto de óvulos. Isso varia individualmente e também com a resposta da paciente ao protocolo de tratamento empregado.
Uma pergunta muito frequente é se este tipo de procedimento, quando oferecido a pacientes com diagnóstico de câncer, não atrasaria o tratamento da doença. A resposta é não!
Os protocolos de estimulação podem ser iniciados a qualquer momento e não costumam durar mais de 15 dias. Sendo assim, conseguimos preservar a fertilidade e não atrasar os tratamentos oncológicos.
Outra dúvida é se as medicações que estimulam a ovulação não fariam avançar a doença oncológica. Aqui também não existe nenhum prejuízo, uma vez que as medicações têm tempo de ação relativamente curto e o período de uso é restrito.
