O congelamento de óvulos é uma prática que tem se tornado cada vez mais comum. O procedimento é uma opção para mulheres que desejam adiar a maternidade, preservando a qualidade dos seus óvulos. Também cresceu o número de pessoas com doenças graves, como o câncer, que optam pelo congelamento para preservar a fertilidade e a possibilidade de maternidade, mesmo após o tratamento com quimio e radioterápicos.

Mas ainda existem muitas dúvidas acerca do assunto. Neste post, vamos sanar algumas delas e ainda esclarecer 4 mitos sobre congelamento de óvulos. Confira!

Como é feito o congelamento de óvulos

A primeira etapa do congelamento de óvulos é a consulta e realização dos exames. Após a avaliação da reserva ovariana e outros exames, é traçado um protocolo individualizado para iniciar a estimulação dos ovários. Essa estimulação tem como objetivo aumentar o número de óvulos que crescem naquele ciclo, tornando-se maduros e pré-ovulatórios. Essa fase é sempre acompanhada de controle ultrassonográfico seriado para que o médico assistente possa adequar a dose das medicações e programar a próxima fase que é a captação dos óvulos.

Neste momento, os óvulos serão retirados de dentro dos folículos, através de aspiração por uma agulha bem fina, guiada por ultrassonografia. Esses óvulos serão analisados no laboratório quanto à sua maturidade e em seguida procede-se ao congelamento.

Métodos de congelamento

Existem dois principais métodos de congelamento de óvulos: a vitrificação e o congelamento lento. 

No método lento acrescenta-se uma substância chamada de crioprotetor e, aos poucos, a temperatura vai diminuindo. O crioprotetor é o responsável pela diminuição de cristais nos óvulos. 

Já na vitrificação, o congelamento é rápido. A taxa de sobrevivência do óvulo depois do descongelamento é maior e a probabilidade de se formar cristais é muito menor.

O congelamento de óvulos é feito com nitrogênio líquido a uma temperatura de 196 graus negativos, o que mantém a sua qualidade.

Congelamento de óvulos: quem pode fazer?

Qualquer mulher em idade reprodutiva pode congelar seus óvulos, porém existem algumas indicações:


– mulheres que apresentam grande quantidade de óvulos na fase de estimulação ovariana;
– mulheres que vão passar por tratamentos prejudiciais à fertilidade, como quimioterapia ou radioterapia ou mesmo cirurgias que cursem com a retirada dos ovários ou parte deles;
– mulheres com histórico familiar de menopausa precoce;
– mulheres com desejo de adiar a maternidade.

No caso de mulheres que irão se submeter a tratamentos oncológicos, o congelamento de óvulos deve ser feito antes do início das sessões de quimio ou radioterapia.

O maior benefício do congelamento de óvulos é viabilizar uma gestação no futuro.

4 mitos sobre o congelamento de óvulos

Como o congelamento de óvulos ainda gera muita dúvida, vamos desmistificar o assunto e esclarecer alguns mitos.

Mito #1

O congelamento de óvulos não é seguro

A gravidez com óvulos congelados é exatamente igual à gravidez espontânea, inclusive no que diz respeito às taxas de malformação de fetos. O congelamento de óvulos é seguro e não acarreta nenhum risco para mãe ou para o bebê.

Mito #2

Os óvulos perdem a qualidade quando são congelados

Além de seguro, o congelamento também não causa nenhum dano aos óvulos. Mesmo que sejam descongelados anos depois, os óvulos não ficam velhos e nem perdem sua qualidade.

Há casos em que o óvulo foi fertilizado até 20 anos depois do congelamento, sem causar nenhum prejuízo à sua qualidade.

Mito #3

Depois de congelado, o óvulo não é mais propriedade da mulher

A mulher detém todo direito sobre os óvulos, mesmo depois de retirados. As normas do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) são muito rígidas nesse sentido.

Caso o óvulo não seja utilizado, é a mulher quem decide seu destino. Ela pode:

–  autorizar o uso dos óvulos para pesquisas científicas;

– encaminhá-los para doação em clínica de reprodução assistida, preservando seu anonimato;

– descartar os óvulos.

Qualquer escolha será documentada e registrada pela mulher.

Porém precisamos salientar que existe uma obrigatoriedade de manter os óvulos congelados por um período mínimo de três anos caso a mulher não decida utilizá-los para sua própria gestação. Após este tempo pode-se dar aos óvulos congelados os destinos listados acima. 

Mito #4

As taxas de gravidez são baixas utilizando óvulos congelados

As taxas de gravidez dependem da idade da mulher no momento em que os óvulos foram congelados e não na idade em que serão implantados. Portanto, se uma mulher congela seus óvulos com 35 anos e os mesmos são fertilizados aos 40, as taxas de gravidez correspondem à idade inicial, 35 anos. Essa taxa gira em torno de 60% por tentativa de tratamento.

Em resumo, o congelamento de óvulos é uma prática segura, que favorece mulheres que desejam adiar a gravidez e àquelas que sofrem com doenças graves e não querem abandonar o sonho da maternidade.

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