Junho é um mês de celebração, reflexão e luta. É o Mês do Orgulho LGBTQIAPN+, um período dedicado a reconhecer e honrar a diversidade, a resiliência e as conquistas das comunidades LGBT. Sabemos que, para muitos casais LGBTQIAPN+, a jornada para a concepção pode ser complexa, mas também repleta de possibilidades e esperança. Por isso, neste blog, vamos explorar as diferentes opções de concepção disponíveis para casais LGBTQIAPN+.

Inseminação Intrauterina

A inseminação intrauterina (IIU) é uma técnica menos complexa da reprodução assistida, ideal para casais de mulheres e pessoas com ovário(s) e útero. Esse método consiste em injetar sêmen previamente preparado em laboratório diretamente no útero da pessoa que vai gestar próximo ao período de ovulação, aumentando as chances de fertilização. O processo de IIU começa com uma avaliação inicial para verificar a saúde reprodutiva da pessoa que terá os ovários estimulados e irá gestar. Após essa avaliação, é feita a seleção do sêmen, que pode vir de banco de sêmen ou doação parental, estando atentos ao fato de que o doador parental deve ser da família da pessoa que não irá ovular e gestar. A ovulação é então monitorada através de ultrassonografia seriada para determinar o momento ideal para a inseminação.

O procedimento de inseminação é agendado e então neste dia o sêmen será preparado no laboratório. Se a procedência for de banco de sêmen, ele estará congelado e passará pelo processo de descongelamento antes da preparação. Se vier de doador parental, será colhido fresco, por masturbação, no mesmo dia. Para a inseminação utiliza-se um cateter fino que levará o concentrado de espermatozóides direto à cavidade uterina. O procedimento é rápido, geralmente indolor e realizado no consultório médico. Após a inseminação, utilizamos uma medicação hormonal de progesterona para fazer suporte até o dia do exame de gravidez, que deve ser realizado após 14 dias do procedimento e/ou mantido até 12 semanas de gestação em casos de gravidez confirmada.

É importante ter expectativas realistas sobre as taxas de sucesso da IIU, que podem variar dependendo de fatores como a idade da pessoa que irá gestar e a qualidade do sêmen; em geral essas taxas variam entre 20-25%.

Fertilização in Vitro (FIV)

A Fertilização in Vitro (FIV) é uma técnica complexa de reprodução assistida utilizada por casais de mulheres e pessoas com ovário(s) e/ou útero que desejam conceber.

A FIV envolve várias etapas. O processo começa com a estimulação ovariana, onde medicamentos são usados para induzir o crescimento de folículos nos ovários, nos quais esperamos encontrar óvulos maduros. Durante esse período, exames regulares de sangue e ultrassons são realizados para monitorar o crescimento dos folículos. Uma vez que os folículos estão de tamanho adequado, são aspirados através de um procedimento minimamente invasivo, realizado sob sedação leve e guiado por ultrassonografia transvaginal.

Após a coleta dos óvulos, eles são avaliados e classificados de acordo com a maturidade, a fertilização ocorre em um laboratório, injetando-se em cada óvulo maduro captado um espermatozóide selecinado no microscópio de micromanipulação de gametas.

Os embriões resultantes são então cultivados por até 7 dias e então serem transferidos para o útero que vai gestar. Antes da transferência, é possível realizar testes genéticos pré-implantacionais para identificar possíveis anomalias genéticas.

A transferência do embrião é um procedimento simples e indolor, onde um ou mais embriões são inseridos no útero através de um cateter bem fino, sob visão ultrassonográfica pélvica. Neste caso, o Beta HCG pode ser feito entre 10 e 12 dias após a transferência do embrião.

A FIV oferece várias vantagens significativas. Para casais de mulheres e pessoas com útero, permite que ambos os parceiros participem ativamente do processo de concepção, através da gestação compartilhada, onde uma das pessoas doará os óvulos e a outra ficará grávida. Além disso, a FIV possibilita o uso de sêmen de um doador, escolhido com base em características desejadas e compatibilidade fenotípica.

Barriga Solidária

A barriga solidária, também conhecida como gestação por substituição, é uma das opções mais emocionantes para casais homoafetivos masculinos que desejam ter filhos biológicos. Este método oferece uma solução viável e inclusiva para a construção de famílias, proporcionando uma alternativa para aqueles que enfrentam barreiras biológicas na concepção.

A barriga solidária envolve uma mulher, chamada de gestante de substituição, que carrega e dá à luz um bebê para outro indivíduo ou casal. No caso de casais homoafetivos masculinos, a gestação por substituição permite que um ou ambos os parceiros sejam os pais biológicos da criança, utilizando sêmen de um dos parceiros e óvulo de uma doadora que pode ser parente e até quarto grau do outro parceiro, desde que ela não seja ao mesmo tempo doadora de óvulos e do útero.

O primeiro passo envolve a escolha de uma doadora de óvulos e de uma gestante de substituição. A doadora de óvulos pode ser anônima ou conhecida, e é selecionada com base em fatores como compatibilidade de características físicas desejadas, após passar por avaliação médica e psicológica. A gestante de substituição deve ser parente de até quarto grau de um dos parceiros e deve ter pelo menos um filho vivo.

Depois de selecionar a doadora de óvulos e a gestante de substituição, a fertilização in vitro (FIV) é realizada. Os óvulos da doadora são fertilizados com o sêmen de um dos parceiros em laboratório. Os embriões resultantes são cultivados por até 7 dias e aí são transferidos para o útero da gestante de substituição.

Durante a gestação, a saúde da gestante de substituição e do bebê é cuidadosamente monitorada através de exames regulares no pré-natal. Os futuros pais devem participar ativamente desse processo, proporcionando suporte financeiro, estrutural e emocional como também estando presentes em consultas médicas e ultrassons.

É importante lembrar que a gestação por substituição envolve considerações legais e éticas complexas. As leis variam de país para país e, em alguns lugares, a barriga solidária é estritamente regulamentada ou até proibida. É essencial trabalhar com profissionais especializados em reprodução assistida para garantir que todos os aspectos legais e éticos sejam devidamente tratados, incluindo contratos claros entre os futuros pais e a gestante de substituição. Na ève, orientamos nossos pacientes e seguimos as normas estabelecidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) a respeito da barriga solidária no Brasil.

Na ève, nosso objetivo é garantir que todas as famílias LGBTQIAPN+ se sintam apoiadas e capacitadas em cada etapa do processo. Estamos aqui para apoiar cada casal em sua jornada para a maternidade e paternidade, com compreensão, tecnologia de ponta e cuidado personalizado.

Juntos, podemos construir um futuro onde todas as famílias sejam reconhecidas, valorizadas e amadas.

Se você tem dúvidas ou deseja saber mais sobre as opções de concepção para casais LGBTQIAPN+, entre em contato conosco. Estamos aqui para ajudar!